Quando ingressam em um financiamento imobiliário, os compradores têm apenas uma preocupação: adquirir o imóvel com a parcela mais adequada ao orçamento.
Depois de um tempo, é possível que se crie uma reserva financeira que, muitas vezes, é suficiente para quitar o financiamento do imóvel e dar uma folga no orçamento.
Mas será que a quitação é a melhor alternativa quando comparada com os retornos obtidos em financiamentos atualmente? Vamos ver os detalhes desse dilema neste post.
Como tomar a decisão correta?
Grosso modo, se você possui todo o dinheiro para quitação do saldo devedor investido, deve comparar a taxa de juros obtida com o investimento e o custo efetivo total (CET) pactuado no momento da contratação do financiamento imobiliário. Se a taxa do investimento for maior, você não quita; mas se o CET do financiamento for maior, você quita.
Fique atento para não considerar apenas os juros do financiamento e, sim, o CET, que embute todos os custos da operação. De qualquer forma, o problema não é tão simples quanto parece.
Atual cenário nacional
Com a nossa taxa básica de juros muito elevada, de quase 15% ao ano, é possível obter este retorno nos financiamentos atuais em investimentos de alta liquidez, os quais permitem que o dinheiro investido rentabilize diariamente e, todo mês, você retire o valor necessário para o pagamento da parcela mensal do seu financiamento.
Se o seu financiamento tiver mais de 2 anos, por exemplo, você deve ter um CET menor que 10% ao ano, o que deixa quase 5% de vantagem para o dinheiro investido. Pensando nessa situação, é mais vantajoso deixar o dinheiro investido, mas é preciso deixá-lo em um produto que tenha liquidez imediata, o que vai permitir os saques mensais para o pagamento das parcelas.
E se eu resolver quitar mesmo assim?
Poucas sensações são melhores do que o sentimento de não dever nada. O fator psicológico influencia muito e se o CET do seu financiamento for praticamente igual aos juros obtidos no investimento, você pode preferir quitar seu financiamento para deixar uma folga no orçamento mesmo sabendo que perderá um pequeno percentual nessa transação.
É importante que você saiba que, ao zerar suas dívidas, você deverá tomar muito cuidado para não entrar em novas dívidas, tais como troca de carro ou obras desnecessárias no imóvel recém quitado. Continue com a vida no mesmo ritmo e pense em criar uma reserva financeira.
Procure não utilizar entradas eventuais para quitar dívidas
Se você foi demitido e recebeu uma alta quantia de verbas rescisórias trabalhistas, pense duas vezes antes de quitar o seu financiamento, pois você precisará de uma reserva financeira disponível para pagar as contas até a obtenção de um novo emprego.
Neste caso, a melhor alternativa é investir e realizar tiradas mensais para pagar as parcelas. Se o dinheiro entrou de uma herança, por exemplo, a situação é outra, pois você continua empregado e sua rotina não será afetada, assim como os seus gastos não serão.
De qualquer forma, sempre procure comparar não somente as taxas de juros do financiamento imobiliário, mas sim o CET com os seus juros de investimento para verificar se é mais vantajoso quitar o financiamento ou deixar o dinheiro investido.